domingo, 29 de março de 2015

Quereres

Eu quero colocar a cabeça no teu colo, quando sentar no sofá  e assistir alguma das series que eu tanto gosto. Eu quero correr até porta de casa pra te receber, com aquele meu vestidinho solto cor de rosa. Quero enrolar na cozinha, te enchendo de beijos, na hora em que estiveres indo embora, por cada segundo ao teu lado ser imperdível. Quero chegar na tua casa de surpresa, num dia de domingo chuvoso, com um saco de pão de queijo, pra tomar café com tua mãe e ouvir ela falar de ti. Quero sentar, envergonhada no sofá da tua sala, e pensar em mil assuntos pra puxar com teus pais, e acabar só sorrindo de nervoso. Quero te acompanhar até as aulas, e sair das minhas contigo a minha espera. Quero correr atrás do ônibus contigo. Ouvir tuas musicas e te mostrar as minhas. Quero rir e te beijar escondido da criança que espia nosso amor. Quero te ligar todas as manhãs e fazer todas as manhas possíveis. Quero te irritar. Quero te dar paz. Quero te cuidar. Quero ser tua menina. Tua flor. Teu amor. Tua besta. Teu maior erro. Teu melhor acerto. Quero ser tua. E de mais ninguém.
Deus, eu quero muito.
E quero tanto!
E quero logo.

Com um quase amor que não vê a hora de ser inteiro,
D. 

quarta-feira, 18 de março de 2015

Do peito.

Estranha. Alheia. Perdida. Afogada. É como eu me sinto. O que eu sou. Eu sou isso. Eufórica. Descontrolada. Emotiva. Tudo isso preso e sufocado em 1,65 cm de uma pessoa que não sabe viver a própria vida. Cega. Surda. E estridente. Eu grito. E grito. Absurdos, euforias, metáforas jogadas em caras alheias, por puro capricho. Egoísmo. Egocentrismo. Cansaço. Dessa imagem que em nada reflete o aqui dentro destruído. Horrível. Cansada. Sozinha. Certa em não querer dividir com ninguém o peso dessa companhia. Pesada. Esmagada. Culpada. Culpa minha. Errada. Toda e completamente. Sempre. Triste. Triste. E triste, sorrio. Porque tudo sempre cabe dentro de um sorriso. Fácil. Desistente. É sempre mais fácil apenas sorrir.

domingo, 15 de março de 2015

Das lembranças.

Meu avó chega na casa de madeira simples, naquela cidade do interior onde o tempo novo parecia ainda não ter chego. O relógio, lembro bem, daqueles de tic-tac, preto, com uma flor bonita vermelha no centro, devia bater alguma hora perto das seis. Vai saber. Queria mesmo era lembrar do relógio, que era xodó da minha vó. 
Ele larga a cesta cheia de peixe e orgulho na pia, e o cacho de banana que trouxe pra mim em cima da mesa de madeira gasta na cozinha. Me sorri. 
Senta na mesa, e grita pra minha vó, no quintal, que prepara o fogo a lenha pro assado de mais tarde "Minha velha, cheguei! Traz um café pra eu tomar com essa pequena" 
Minha vó entra na cozinha com seu coração do tamanho do mundo, passa as mãos na cabeça do meu avó, e lhe dá um beijo grande onde já não há cabelos. 
"Quer me ajudar?" Ela sorri pra mim. 
Eu vou, pequena e cheia de vida fazer a parte que me cabe no ritual de chegada do vó. Ponho a caneca dele na mesa que eu mal alcanço. Ele ri e me poe no colo. Vovó faz tapioca no fogão. Vovô aperta minha barriga e faz sons engraçados pra eu rir.
Era o ensino do amar. 

Era o amor.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Eu estou a espera do incrível momento de sermos. E então, melhor que tudo, melhor que antes, no futuro momento presente, seremos.

Nós.

domingo, 1 de março de 2015

Era um mar. Sem nada a vista.

Nada.
E nada.
E nada.
E a frente tem apenas água.
Tarde demais.
Ainda que continue nadando e nadando no vazio.
Tarde demais.
Já afogou a alma.
(Aplacou a magoa?)
Já se afogou.

Que afunde então. 


Desculpe, transbordei.

Desculpa se mais uma vez eu venho aqui, onde você não está, onde você não vê, pra dizer que o meu coração é teu. É teu. E me dá vontade de gritar e me debater e te bater até que você perceba e me queira tanto quanto eu quero você. É você. Ainda é você, e eu me pergunto todas as manhãs e todas as noites e todas as contáveis e quase insuportáveis horas do dia quando deixará de ser você, como se a ideia de que eu não vou amar mais ninguém tivesse sido costurada insanamente na minha cabeça e por mais que eu tente, minha visão de amor, estranho, errado, psicótico, obsessivo, qualquer que seja, ainda é você. E se você acha que eu não me odeio por acordar todos os dias te querendo ainda mais do que o dia seguinte, claramente sem motivo, já que chegamos ao triste ponto de nos desconhecermos, te digo cheia de certezas, que todas as duvidas que eu tenho a cada segundo da minha patética vida desaparecem no instante em que fecho meus olhos e só vejo você. Não é bom, não é saudável, não é direito querer alguem alem de você mesmo e desejar todos os dias que essa pessoa note o quão importante é na vida insignificante de uma pessoa que aparentemente não sabe a hora de parar. Eu não sei parar de querer teus abraços, de querer ser a causa do teu sorriso, ou motivo do teu amor, ainda que eu tenha parado de acreditar que um dia, por uma força estranha do universo, que nunca conspirou a meu favor, estranhamente mudem os ventos e uma vez na vida as coisas aconteçam como eu gostaria que elas acontecem. Mas elas não vão. Eu não vou mudar, você não vai, porque aparentemente você e eu somos uma bagunça maior que esse texto estranho que eu vomito aqui, antes que me sufoque e me mate como esse gostar ridículo que eu insisto em sentir, tem me matado a cada dia até o ponto de não saber mais quem sou.