quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Sobre algumas escolhas.

Muitos dias eu não abria a janela, porque não fazia sol. Hoje fez. E quando abri a tal da janela um passarinho entrou. Tão pequeno e frágil e ao mesmo tempo tão ávido de tudo. Entrou com tanta pressa, como se desejasse a muito tempo o calor do meu pequeno quarto. Mas aqui dentro, agoniado, se debatia, de um lado a outro. Como sairia? Até que parou em cima do armário, olhou (acho eu que) cuidadosamente onde se encontrava, visualizou a janela, abriu as asas num impulso só e ganhou o mundo. Depois de cinco minutos do que parecia um sofrível desespero, ele conseguiu sair por onde havia entrado. E eu que apenas observava curiosamente a cena, me senti meio pássaro. Minha janela era maior, meu quarto era maior, mas eu não passava de um passarinho assustado num lugar estranho. Eu queria o vento. Eu queria o mundo. Eu queria asas. Mas no momento eu apenas me debatia, freneticamente, num espaço minúsculo dentro de mim mesma. Mas assim como meu passarinho e sua janela,  hora ou outra eu pararia de gastar minhas energias inutilmente. Tudo que eu preciso é visualizar com calma minha janela. Minha saída. E sem medo, partir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixaram anexado aqui: