sexta-feira, 1 de maio de 2015

Sonho estranho.

Vou passar horas pra escolher outra roupa além daquela que estava preparada sobre a cama, desde a noite anterior, apenas para acabar vestindo aquele mesmo vestido. Na frente do espelho vou amarrar e desamarrar meu cabelo pelo menos três vezes, para no final solta-lo, por que disfarça melhor os ombros largos que eu tanto detesto. Vou ficar em duvida se uso o perfume novo que eu adoro, ou aquele antigo, que eu guardei apenas porque você gosta. Vou lembrar que esqueci alguma coisa na bolsa e quando voltar para buscar, já do portão, vou olhar no espelho pela milésima vez se eu não borrei o batom e pensar se não deveria mesmo prender o cabelo. Não, ressaltaria os ombros, vou pensar de novo. 
Vou sair de casa e vai estar abafado, como sempre. A vizinha vai acenar pra mim, como todos as vezes, e vai perguntar quando meus pais vem. Enquanto eu respondo, vou pensar se seria mais rápido pegar o ônibus da parada em frente, ou se deveria caminhar até o inicio da rua. Vou decidir esperar. Impaciente, vou caminhar até o inicio da rua, e acabar pegando o mesmo ônibus que pegaria se tivesse ficado no lugar. Quando eu sentar, meu coração vai acelerar e eu tenho certeza que vou pensar "meu deus". Quando o ônibus dobrar na Aug. Montenegro eu vou olhar aquele shopping que eu gosto e vou checar o horário como se isso fizesse o tempo andar mais rápido. A poucos metros da Alm. Barroso eu vou maldizer o engarrafamento e imaginar que descer e andar me faria ir mais rápido. Os carros a frente irão andar, o motorista vai correr, e um vento vai bater no meu rosto, me tranquilizando. "Vai dar tudo certo" eu vou pensar. Quando o ônibus dobrar o Bosque vai começar a chover. E vai chover até a Perimetral. Mas eu provavelmente não terei um guarda-chuva.
Eu vou descer no terceiro portão, saudosa da universidade, e vou caminhar até a beira do rio. Com o coração quase saindo da boca, eu vou avistar aquele banco, que fica embaixo de uma arvore baixinha. Tinha que ser naquele banco. Vou torcer pra não haver ninguém, e não haverá. Eu vou sentar e lembrar de tudo, repassando cada segundo na minha cabeça.
De algum lugar daquela cidade, daquela vida, você estará vindo. 
E antes que você chegue, eu vou embora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixaram anexado aqui: