sábado, 29 de novembro de 2014

Eu, Pangeia.

Haviam barreiras, mas não havia distancia. Se os desentendimentos criassem vãos, os abraços poderiam a qualquer minuto se fazer de pontes e refazer ligações. Nada estava perdido, ou desencontrado. Mesmo quando ilha, havia amor a vista.

Mas então, deixando apenas de ambos os lados, o contorno do que um dia foi um encaixe perfeito, as coisas partiram-se ao meio, fragmentadas pelas diferenças. Enquanto oceanos de coisas mal resolvidas surgiam e aprofundavam distancias.
E de repente, não haviam mais pontes. Não havia mais abraço. Não havia mais sorrisos. Eram apenas 9,661 km reais. E incontáveis km de coisas imperceptíveis.
 
Olhar além, e perder-se na imensidão azul do que ainda estava por vir, sem saber se haveriam braços de espera para ancorar, dava medo. 
Mas, se não houvesse coragem para encarar de frente o (a) mar, corria-se o risco de continuarem a ser sempre, apenas continentes, ilhados na própria solidão.

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