terça-feira, 4 de novembro de 2014

Maria.

Maria pensa. Pensa que sabe. Pensa que é livre. Pensa que pensa. Pobre Maria. Ninguém disse pra ela que nesses dias de hoje não tem mais espaço pra pensamento nenhum. Ainda mais os coloridos de Maria. Porque a Maria, a Maria pinta e borda. Pensa que a vida é alegre. Coitada da Maria. Nunca teve seus dias tingidos pela escala de cinza da vida. Ainda, né Maria?
Mas Maria é teimosa. Oh, Maria! cismou de sorrir docemente pros dias. Justificavel. Maria, minha gente, nunca teve o sorriso amargado pelo azedo das horas que haverão de vir. Não dá pena, da Maria?
E Maria ainda dança! Acredita? Mesmo a gente falando, Maria, toma tento na vida. Quem dança uma hora troca os pés e tropeça. Ou leva rasteira. Mas quem disse que Maria escuta? Diz que tem musica alegre tocando na cabeça. Ainda não ficou surda de gritar desaforos pra vida, a Maria.
Maria faz tudo errado nessa vida. Maria pensa, dança, canta, sorri. Quer viver, a tal da Maria. Ninguém diz pra ela que nessa vida, não se vive, Maria! Só sobrevive. Mas é muita Maria dentro da Maria. Tanto que ela não consegue conter. E quando não tem ninguém pra sorrir, ela sorri pra ela mesma, de Maria pra Maria. Feito presente. 
O que se faz com a pobre feliz menina Maria? Faz nada não. Uma hora a vida ensina. Ou aprende com ela. Deus queira. 
E tudo vira Maria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixaram anexado aqui: