quarta-feira, 24 de setembro de 2014

E se teus monstros saírem de baixo da cama e te abraçarem?

E hoje pela milésima vez eu chorei. Chorei como se houvesse dentro de mim um mundo de coisas que eu precisasse botar pra fora, mas que se recusavam a sair. Eu chorei por todas as palavras não ditas, por todas as vezes que eu fiquei esperando alguma atitude, algum carinho, algum abraço. Chorei por todas as coisas que estavam na minha frente e eu me recusei a ver, e por todas as outras que eu poderia ter visto, mas deixei passar, por estar cega demais. Eu chorei por ele, que nunca poderia ser o que eu esperava e chorei por mim, por esperar coisas além do meu alcance.
Deus, como eu chorei por mim! 
Chorei por todas as vezes que eu fui fraca, confusa, ou que me cobrei demais. Chorei por minha cabeça tão criativa, que vive de imaginar amores por ai, e chorei ainda mais, por ter considerado isso ruim. Chorei por todas as vezes que deixei de me amar ao amar demais alguem. E por todas as vezes que eu chorei e não era por mim. 
Hoje, não sei se pela ultima vez, eu chorei por ele. Mas pela primeira vez em muito tempo, eu chorei por mim. Por quem eu era, por quem eu sou e por quem tenho medo de ser no futuro. 
Porque eu estou sozinha e tenho medo. Tenho medo de ser fraca demais pra ficar sozinha. Tenho medo de me cercar de pessoas por medo e escondida, nunca poder achar a mim mesma. 
Mas apesar de todo medo, de todo choro, eu estava ali. E eu me fiz companhia de um jeito que jamais eu havia me feito antes. E pela primeira vez, meus dedos não procuraram números pra que ligar, ou mandar mensagens desesperadas pedindo abrigo. Pedindo colo.
No meio da minha solidão, sozinha, pela primeira vez eu me bastei. E por mais que eu fosse fraca, e por mais que eu chorasse, eu nunca me abandonaria. 
Eu estava apanhando, e estava aprendendo. 
Mas eu estava ali por mim. E me amava.

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